Artigo escrito por
Marco Antonio Oliveira Neves, diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda
Problemas
não faltam quando falamos no transporte rodoviário de cargas no Brasil.
A
crônica falta de motoristas, os aumentos sucessivos do diesel e da gasolina, a
ampliação das restrições à circulação de veículos nas grandes cidades, o
aumento no roubo de cargas, etc., tem atormentado a vida de que está
diretamente envolvido com a atividade de gestão de transportes.
Diante
de tantas dificuldades e desafios, precisamos desenvolver soluções adequadas de
planejamento, gestão e operação. Caso contrário, correremos o risco de perder
dinheiro, muito dinheiro!
Abaixo,
indico algumas ações que considero extremamente importantes para que as
empresas:
1. Desenvolva parcerias realmente verdadeiras e
consistentes com suas Transportadoras e Operadores Logísticos.
Tenha
uma visão de longo prazo. Determine metas e estabeleça ações de melhorias
conjuntas. Priorize o ganha-ganha. Tenha contratos e estabeleça claramente os
direitos e deveres de cada parte. Compartilhe benefícios. Integre informações.
Troquem conhecimento. Não entenda que as coisas funcionam com "eles lá e a
gente cá". Equilibre aspectos comerciais e técnicos. Use o bom senso.
2. Atue muito próximo de seus parceiros, mas sem
atrapalhá-los.
Esteja
mais presente em seus parceiros. Programe visitas constantes nas
Transportadoras e nos Operadores Logísticos. Avalie a infraestrutura existente
e disponibilizada pelos seus parceiros. Cheque os processos (se é que eles
realmente existem) e avalie o valor agregado ao negócio. Audite os resultados
obtidos. Mapeie as competências e habilidades do pessoal-chave que atua em seus
parceiros e treine a equipe operacional e de apoio administrativo se julgar
necessário. Trabalhem em conjunto. Terceirizar não significa abdicar. Some as
competências existentes em cada lado, assim você realmente multiplicará os
resultados. Atue em mão dupla e não de forma unilateral.
3. Aprofunde-se na rotina diária da Transportadora ou do
Operador Logístico.
Administre
a atividade de transporte in-loco, saia do conforto da sua sala com ar
condicionado. Não dá para gerenciar a atividade de transporte e nem os
seus parceiros à distância; a medição e o acompanhamento de um indicador, por
mais importante que ele seja, nunca substituirá a presença física. Parece
retrógrado não é? Sim, pode parecer, diante de tantas tecnologias existentes,
mas é a mais pura verdade.Transporte é dinâmico demais; ocorre na rua, lidando
com diversas variáveis que poderão interferir nos resultados inicialmente
planejados. Esteja presente, conheça a realidade, nua e crua. Aprofunde-se na
rotina diária e entenda claramente como as coisas funcionam e como você poderá
ajudar.
4 Planeje, planeje e planeje.
Qualquer
ação exige um planejamento prévio. Por mais que a atividade de transporte de
cargas seja entendida como algo extremamente operacional, é necessário definir
os patamares de desempenho a serem alcançados, dimensionar os recursos
necessários, implementar ações para a otimização dos recursos disponibilizados,
zelar pelo fluxo e pela acuracidade das informações, determinar normas e
políticas para atuar de forma segura, minimizando riscos, etc. Tudo isso
acontece ANTES da operação e envolve ações de planejamento e gestão. Avalie o
que é feito nessas duas esferas de tomada de decisão, tática e estratégica, e
verifique se você e seus parceiros estão atuando corretamente.
5 Pense e aja em tempo REAL.
Precisamos
monitorar a atividade de transportes em tempo real. Isso já não é mais difícil
e nem caro. Não faltam tecnologias. Dispomos de WEB/WAP, GPS, GPRS, telemetria,
etc. O maior problema hoje, na prática, está na estruturação da retaguarda de
pessoas e de processos para a análise e tomada de decisões. Tenho insistido,
constantemente em meus artigos, na criação de uma estrutura semelhante a uma
Torre de Controle. Sem ela, desperdiçaremos os infinitos benefícios que poderão
ser obtidos através de uma gestão on-line, real time. Muitos argumentam
que isso é caro, demorado, complexo. Pode até ser, mas o barato de hoje custará
muito caro amanhã. Pense nisso!