segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Por que alguns profissionais de logística ganharão mais e alcançarão mais rapidamente os postos mais cobiçados nas empresas?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

O que diferencia um profissional do outro é o seu conhecimento e a sua postura e atitudes diante das mais diversas situações do dia a dia. Um pouco de sorte também ajuda, obviamente, mas raramente esse é o fator determinante.

Por postura e atitudes, entenda os comportamentos relacionados à liderança, trabalho em equipe, comunicação, proatividade, objetividade,foco, etc, etc e etc. Esse é um aspecto da carreira profissional amplamente explorado nos milagrosos livros de auto ajuda e em publicações mensais que querem lhe vender uma receita de sucesso para alcançar os mais altos níveis hierárquicos e é claro, a prosperidade material.

Conhecimento é uma palavra ampla. Pode envolver aspectos da vida pregressa, situações vividas anteriormente e que lhe trouxeram preciosos ensinamentos. Esse tipo de conhecimento, de cunho pessoal, particular, refletirá no seu comportamento. Mas existe outro tipo de conhecimento, de caráter técnico, e que complementará toda a sua experiência de vida.

Difícil dizer qual é o mais importante. Humanistas dirão que o comportamento será fundamental e decisivo para alçar novos degraus no disputado mundo corporativo. Já a turma racional e científica, defenderá o conhecimento técnico como mola propulsora ao sucesso.

Quando falamos em conhecimento técnico, afinal, o que é realmente decisivo para o profissional de logística diferenciar-se dos demais? Que conhecimento deverá ter para criar um distanciamento dos demais, permitindo que ele realmente se destaque entre tantos outros?

Vou elencar algumas coisas que considero essencial e que acredito serem verdadeiramente valiosas para os profissionais da área de logística.

O primeiro, e para mim, indiscutivelmente no topo, está o conhecimento estatístico. Com a estatística enxergamos os números de forma diferenciada, visualizando coisas que sem essa importante ciência, seria impossível e imaginável! Por ser considerada complexa, a estatística assusta as pessoas. Na faculdade era comum a grande maioria das pessoas "matar" a aula de estatística, substituindo-a por um chope gelado ou por um encontro com alguma pessoa atrante e "interessante". Hoje, grande parte dessas pessoas devem se arrepender por não terem aproveitado melhor essa oportunidade de adicionar novos conhecimentos.  Hoje faz falta, e como faz falta! Se bem explicada, exaltando seus aspectos práticos, a estatística será facilmente compreendida, e em pouco tempo, se transformará numa poderosa ferramenta para a tomada de decisão.

Em seguida, cito a engenharia econômica, que envolve aspectos da matemática financeira e temas relacionados à análise de investimentos. Sem essa visão empobreceremos as nossas análises e corremos o risco de cometer graves equívocos ao estudar alternativas econômico-financeiras e tomar decisões relevantes nas empresas. E cuidado, não ache que isso representa apenas o conhecimento da calculadora HP-12C; é muito mais do que isso!

O domínio das técnicas de engenharia econômica, aliada a uma refinada visão financeira (especialmente dos custos logísticos) lhe transformará numa máquina de ganhar dinheiro, para você e para a sua empresa.

Na sequência cito o domínio de ferramentas informatizadas. Podemos incluir nesse extenso rol de opções as planilhas eletrônicas do Microsoft Excel, as belas apresentações feitas em Power Point e a incrível habilidade do Microsoft Acess em lidar com grandes quantidades de dados.  E é claro, que se você conhecer ferramentas de programação, turbinará ainda mais a sua ascensão aos melhores cargos nas melhores empresas.

Outros conhecimentos é claro, complementam a relação anteriomente citada, como pesquisa operacional, inglês e espanhol, legislação fiscal e tributária, etc.


Como podemos ver, os números estão presentes em nossa vida. Se você não gosta de números, é bom aprender a gostar, pois senão, seu contracheque contará com poucos deles. Quer ganhar dinheiro? Seja um fiel admirador de números! Inclua em seu currículo os conhecimentos em estatística, engenharia econômica, informática e tudo mais que puder! Boa sorte!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Quer atingir excelência na gestão da conta frete?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Reduzir os gastos com fretes é essencial para manter-se vivo no mercado!

Isso pode ser obtido através de um enfoque financeiro e/ou operacional.

A opção pelo viés financeiro normalmente leva os Embarcadores a uma pressão negocial muito forte, que muitas vezes beira o terrorismo. Isso funciona? No curtíssimo prazo sim, mas no médio prazo produzirá mais problemas do que trará benefícios. É uma atitude simplista, imatura, abandonada por empresas que privilegiam relações colaborativas e de longo prazo.

Nada contra você realizar uma sondagem no mercado e identificar oportunidades de redução de custos através de tarifas mais competitivas. Não opte simplesmente pela tarifa mais baixa, mas sim pela tarifa mais baixa possível. Um estruturado processo de RFI (Request for Information) e RFP (Request for Proposal) levará, com certeza, a soluções mais econômicas. Se você nunca fez e não sabe como fazer, procure auxílio de consultorias especializadas.

Tenha em mente, de forma muito clara, o nível de serviço desejado, para não obter tarifas mais baixas mediante a exposição a maiores riscos em segurança ou a níveis de serviço muito baixos.

Procure também uniformizar o sistema tarifário. Dessa forma você evitará o pagamento de extras que muitas vezes não são controlados devidamente. Além disso, a comparação entre os diferentes Transportadores lhe permitirá visualizar discrepâncias relevantes, como por exemplo, um parceiro que cobra uma taxa de R$ 8,50 por CTRC emitido (taxa de despacho) e outro que cobra R$ 15,00.

Ainda sob o ponto de vista financeiro você pode renegociar as tarifas, atrelando-as a mecanismos de penalização ou bonificação. Fáceis de serem desenhados na teoria, são de difícil mensuração e aplicação prática. Melhor deixar essa carta na manga!

Então, o que fazer?

Priorize a visão operacional. Pode parecer mais complexo e mais demorado, mas com certeza produzirá resultados muito mais consistentes.

Comece revendo o seu modelo operacional, primeiro sob o ponto de vista da quantidade de parceiros utilizados. Devo centralizar o frete em poucas empresas ou pulverizá-lo em diversas transportadoras, especializadas em determinadas mesorregiões? Isso vai refletir diretamente na estrutura de gestão (organograma e quadro operacional) na sua empresa; é importante avaliar o custo x benefício.

Aproveite também para avaliar o perfil de parceiro desejado. Avalie as hipóteses, sob o ponto de vista qualitativo e quantitativo, de utilizar Operadores Logísticos, grandes e médias Transportadoras, pequenas ou microempresas e até autônomos. Algumas empresas vão além, e avaliam inclusive a hipótese de contar com frota própria.

Realize auditorias técnicas em seus parceiros, com uma frequência mínima de 6 meses. Através de um check-list previamente definido, aponte as deficiências existentes e desenvolva em conjunto com seus parceiros um plano de ação com iniciativas de curto, médio e longo prazo. Dessa forma estará claro o que você deseja e valoriza, e onde ele deverá investir seus recursos financeiros.

Reveja também seu modelo de distribuição. Devo manter um Centro de Distribuição do qual partirão todas as cargas ou é possível reduzir custos e melhorar o nível de serviço com a utilização de Centros de Distribuição Avançados (CDA) e Cross-Dockings?

Pense mais além ainda e examine a possibilidade de desenvolver projetos colaborativos, envolvendo a troca de informações para maior visibilidade, o desenvolvimento de embalagens e formas alternativas para a unitização de cargas, o compartilhamento de capacidade no frete retorno, questões fiscais e tributárias, etc.

Informação é uma questão crucial para reduzir os gastos com transportes. Verifique como obter, através de interfaces, os dados da operação, se possível em tempo real, com o intuito de minimizar as não conformidades em transportes, como avarias, devoluções, reentregas, multas aplicadas por clientes, etc. Isso representa, em média, 10% a 15% a mais de frete por ano.

Aprimore também a sua sistemática de gestão, através de um novo modelo contratual e de SLAs (Service Level Agreement) claramente definidos. E desenvolva uma prática de gestão que estimule o envolvimento de seus parceiros, ainda mais se puder aplicar as tradicionais ferramentas de gestão da qualidade total (PDCA, Espinha de Peixe, 5W2H, etc.). Evite, sempre que possível, atitudes punitivas.


Há muito o que fazer. Procure trabalhar junto de seus parceiros. É mais justo, mais fácil e mais consistente. Não existem fórmulas mágicas e tampouco milagres. O que existe na verdade é muito trabalho pela frente e um imenso campo para a melhoria contínua na operação de transportes. Bom trabalho!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Sua empresa está preparada para os difíceis desafios que vem por aí?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Independente das questões macroeconômicas e dos rumos almejados pelo setor público, o que vem por aí é realmente preocupante para Operadores Logísticos e Transportadoras. Você já percebeu como está cada vez mais difícil e mais caro conseguer aquele mesmo R$ 1,00 de faturamento? E quando falamos de rentabilidade ou lucro? Em alguns casos isso parece uma missão impossível!

Não se trata de pessimismo, mas de uma dose reforçada de REALISMO. Os próximos anos serão difíceis e realmente desafiadores para Operadores Logísticos e Transportadoras. E por que?

Vários fatores levarão a um aumento da complexidade na operação logística e que refletirão diretamente no relacionamento comercial entre os Embarcadores e prestadores de serviços e na rotina diária das Transportadoras e Operadores Logísticos.

Um deles trata do arrefecimento (ou perda de entusiasmo) no relacionamento entre os Embarcadores e seus parceiros. As relações serão marcadas por menor tolerância, alternância de humor, maior desconfiança, maior impessoalidade e por cobranças permanentes. Se já andava difícil, ficará ainda pior devido ao aumento dos custos operacionais, decorrentes dos sucessivos reajustes nos insumos produtivos (diesel, pneu, peças de manutenção, etc.) e das maiores dificuldades no planejamento, gestão e operação do dia-a-dia.

Embarcadores pressionados por menores custos e maiores níveis de serviço, colaborarão para uma relação de alta tensão. Os contratos formais, quando estabelecidos, deverão reforçar ainda mais os aspectos ganha-perde do negócio, a favor do Embarcador obviamente.

Com custos cada vez maiores, as Transportadoras e Operadores Logísticos precisarão realizar um gigantesco e contínuo esforço na identificação e implantação de oportunidades de melhorias. Não haverá espaço para "depois", ou "quando der", e tampouco margem para iniciativas na modalidade "tentativa e erro". Será praticamente proibido errar!

Não é exagero; isso será uma questão de sobrevivência. Para manterem-se competitivas no mercado, as Transportadoras e os Operadores Logísticos deverão otimizar seus resultados, extraindo o melhor que puder de sua infraestrutura operacional, processos, sistemas informatizados e pessoal. A questão é: como realizar tudo isso, de forma natural, objetiva e constante?

Será preciso dotar o pessoal chave da sua empresa de uma visão e conhecimento avançado  dos custos operacionais. Não se tratará apenas de uma melhor base conceitual, mas de sistemas informatizados e de relatórios financeiros que permitam uma maior visibilidade e um mais confiável processo de tomada de decisão. Como evoluir rapidamente de uma empresa paternalista, pessoal, emotiva e intuitiva para um novo modelo, mas racional,  matemático, impessoal e meritocrático?

Também será necessário realizar uma revolução cultura na empresa, que mexerá com DNA pedominante. Executivos serão cobrados por uma visão mais estratégica e por uma rotina de gestão, e não de execução. Vendedores precisarão ser mais técnicos; será imprescindível reduzir os esforços "inúteis" de vendas. Operacionais deverão atuar menos como "bombeiros", que diariamente apagam incêndios, muitas vezes intermináveis, se posicionando de forma inteligente diante das não conformidades existentes. Profissionais da área Financeira serão cobrados por uma melhor administração do fluxo de caixa e por maiores informações para a tomada de decisão, principalmente aquelas relacionadas à identificação de clientes ou serviços pouco lucrativos. Departamentos de Recursos Humanos deverão atuar na atração e retenção de talentos ao invés de limitarem-se apenas às atividades burocráticas e legais relacionadas à contratação, pagamento e demissão de pessoal. A área de Qualidade deverá servir como suporte essencial para a melhoria contínua e mola propulsora dessa mudança  cultural.

Estamos falando de uma mudança radical de postura. Comece fazendo um diagnóstico da sua empresa, para identificar as medidas mais importantes e prioritárias para a sua empresa. Na sequência, implemente as mudanças necessárias, de forma avassaladora e irreversível. Se demorar ou se vacilar, poderá não dar mais tempo. Neste momento, o relógio não trabalha a nosso favor.


Mais do que simplesmente "endurecer sem perder a ternura", estamos tratando de um rápido e necessário amadurecimento das empresas. Amadurecimento que precisará ocorrer de forma rápida e consistente. Erros poderão se fatais. Sua empresa está realmente pronta para os difíceis desafios que vem por aí?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

E aí, cotou

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

 Com o inevitável aumento dos fretes que vem por aí, que postura adotar
 Existem diversas saídas diante do aumento dos custos com transportes, e uma das mais convencionais medidas tomadas pelas empresas neste momento é a de partir para a cotação de tarifas junto a outras transportadoras. Dependendo da forma de como for conduzida, essa prática realmente poderá trazer excepcionais benefícios financeiros, sem que isso necessariamente acarreta na perda no nível de serviço.

Como fazer.

Primeiro, comece levantando uma lista de potenciais parceiros no transporte de cargas. Identifique novas Transportadoras em publicações impressas especializadas, em websites ou busque referências no mercado. É trabalhoso e demorado, mas isso será crucial para os passos seguintes. Para cada Transportadora a ser selecionada em seu modelo de distribuição, busque pelo menos 20 a 30 opções nessa fase inicial de prospecção de parceiros.
 Em seguida, envie uma carta convite à sua lista de potenciais parceiros, solicitando a confirmação do interesse da empresa em participar do seu processo licitatório.
 Para aqueles que confirmarem formalmente a participação no edital de concorrência, envie um questionário técnico, conhecido no meio logístico como RFI - Request for Information. Nele constarão diversas perguntas relacionadas à infraestrutura da empresa, serviços prestados, principais clientes, cobertura geográfica, segmentos de atuação, tecnologias disponíveis, entre outros. Defina pesos para cada item, conforme a relevância de cada item para a sua empresa.
 Receba os questionários preenchidos, totalize os pontos de cada empresa e elabore um ranking. Defina a pontuação de corte pontos mínimos e obtenha a relação de empresas qualificadas para a etapa seguinte. Informe a todos os participantes a sua continuidade ou não no processo seletivo.
 Apenas para as empresas habilitadas para a próxima fase, disponibilize dados detalhados sobre a operação. Normalmente relacionamos informações referentes a volumes kg e m³, quantidade de notas fiscais, números envolvidos, origens e destinos, sazonalidade da operação, requerimentos de qualidade, questões legais e temas relacionados a saúde, segurança e meio ambiente. Essa etapa é conhecida como RFP - Request for Proposal, e ao final dela, as empresas deverão apresentar uma proposta técnica e comercial. Fique atento ao nível de detalhamento dos dados, pois quanto menos você abrir, maiores tenderão a ser os desvios de preços para cima, dada a insegurança das Transportadoras.
 Defina um modelo padrão de precificação, para evitar ter que comparar banana com laranja. Isso pode ser feito em Excel, seguindo juntamente com o caderno contendo os dados da operação atual.
 Consolide as cotações passadas e simule os novos custos operacionais. Identifique as empresas mais bem posicionadas e inicie uma rodada inicial de negociação, com o intuito de buscar bom preços.
 Faça tantas rodadas de negociação quantas forem necessárias até que você consiga alcançar o número desejado de parceiros e custos competitivos.
Definidos os finalistas, parta para uma auditoria técnica, in-loco, com visitas às instalações dos prováveis futuros parceiros. Novamente, desenvolva um check-list e defina uma pontuação para cada item. Após as visitas, contabilize a pontuação de cada empresa e defina as empresas ganhadoras.
 Por fim, estabeleça contratos formais, no qual deverão estar claramente definidos os direitos e deveres de cada parte. E defina uma metodologia de gestão.
 Daí para frente, é só gerenciar a parceria de forma colaborativa. Bom trabalho.
 A Tigerlog oferece consultoria na cotação de fretes e também comercializa soluções que poderão lhe ajudar caso você opte por realizar a sondagem no mercado com recursos próprios.
 Veja abaixo 
Material
Breve Descritivo
Preço
Lista de Transportadoras
Arquivo em Excel contendo nome, website, e-mail, telefone e tipo de serviço prestado por mais de 2.600 transportadoras de todo o Brasil.
 350,00 reais mais impostos
Modelo de Questionário Técnico ou RFI - Request for Information
Arquivo em Excel abordando cerca de 50 aspectos técnicos para a avaliação de Transportadoras
150,00 reais
mais impostos
Modelo de RFP - Request for Proposal
Arquivo em Word com estutura geral e tópicos de uma RFP, com exemplos de dados e tabelas a serem anexadas ao caderno técnico.
150,00. reais mais impostos
Formulário para Auditoria em Transportadoras Visita Técnica
Check-list em Excel, utilizado na visita às Transportadoras, com mais de 60 temas abordados.
150,00  reais mais impostos
Modelo de Contrato de Prestação de Serviços de Transporte de Cargas
Material em Word, com grande detalhamento técnico, contendo descrição do escopo, requerimentos técnicos, direitos e deveres de cada parte, SLAs, cláusulas de rescisão, questões comerciais, entre outras
350,00  reais mais impostos
Adquirindo o pacote completo, o custo será de 1.000,00 Mil Reais, mais impostos PIS, COFINS e ISS. pagamento através de depósito em conta-corrente, a favor de GUEPARDO CONSULTORIA E SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA., CNPJ 10.535.447/0001-19, I.E. isenta.
 Material será remetido por e-mail, após a confirmação do depósito bancário.

 Contato através do e-mail marcoantonio@guepardologistica.com.br .

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O verbo da moda é CUSTEAR...você sabe conjugar?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Pense em uma competência importante para os profissionais de logística. Você deve ter  pensado em várias coisas, correto? Agora, coloque-as numa ordem de importância, da mais importante para a menos importante. Com certeza, as três mais importantes competências estarão ligadas a algo como "orientação para resultados", "hands on", "capacidade de suportar situações de pressão", "flexibilidade", "negociação","familiaridade com números",  "facilidade com cálculos", etc. 
Seja qual for a característica que você priorizar, ela provavelmente terá uma ligação com a capacidade de lidar com os números relevantes da empresa, no  nosso caso, com as cifras relacionadas à operação logística, aquelas que afetam o resultado financeiro da companhia, principalmente o lucro. 
Ppor detrás do lucro está a gestão dos custos. Custos mal dimensionados afetarão a rentabilidade da empresa. Nesse cenário a empresa se verá obrigada a reduzir sua margem de lucratividade ou a repassar suas ineficiências para os preços, podendo perder competitividade (e participação) no mercado. Você gostaria de ver a logística sendo responsabilizada por isso? 
Obviamente que não. Portanto, lidar corretamente com os custos logísticos é condição sine qua non para a sobrevivência e crescimento do profissional da área de logística. E da sua empresa também! 
Comece conhecendo os componentes do custo logístico. Parece fácil, mas não é. Teoria será fundamental. Quanto mais você mexer, mais coisas você encontrará. Esse é o primeiro passo. 
Procure também entender o fluxo de informações para o custeio. Apure os procedimentos e os sistemas de informação por detrás dos custos. Avalie a confiabilidade e a lógica de apuração dos dados. Entenda a fundo o "caminho" que os custos percorrem até chegar a você. 
Na sequência entenda a relação entre o custo e o fator gerador desse custo. Ou seja, o que produz o custo e como se comportam essas variáveis? 
Por exemplo: ao vender de forma fracionada, que impacto isso terá sobre os custos operacionais? Teremos menores quantidades apanhadas, mais vezes ao longo do dia. Isso significará maior necessidade de mão de obra e equipamentos de movimentação. Em função do aumento da complexidade operacional, demandaremos maiores investimentos em tecnologia da informação (coletores de radiofrequência por exemplo) e em automação, e maiores esforços no inventário dos materiais remanescentes. Antes de expedir, a carga precisará ser unitizada, exigindo etiquetas, filme stretch, e mão de obra para o manuseio e preparação. Em função do fracionamento, será necessário um maior nível de conferência, e por aí vai...custos, custos e mais custos! 
Entendendo os custos e os fatores geradores dos custos, restará agora analisar as informações existentes, definir metas de redução e  "quebrar a cabeça" para identificar formas de reduzí-los. Existe uma longa de lista de perguntas que devem ser feitas, como por exemplo:
- existem processos que podem ser eliminados, simplificados ou combinados com outros?
- é melhor eu mesmo fazer ou transferir essa atividade para um terceiro especializado?
- esse parceiro, com o qual trabalho atualmente, é o melhor para a minha empresa? Existem outras opções? Quanto custarão?
- posso automatizar algo e reduzir a necessidade de mão de obra?
- é possível reduzir custos treinando a minha equipe? Que tipo de treinamento é necessário? 
Superada essa "dolorida" etapa, faltará apenas adotar formas de garantir a sustentabilidade dessas ações no médio e  longo prazo, para não perdermos as conquistas alcançadas. Isso envolverá adotar utilização de ferramentas da qualidade, instrumentos de gestão à vista, remuneração variável, etc. Não é fácil, mas é gratificante demais! 

É isso aí...conjugue o verbo custear em todos os tempos possíveis. Não espere que seus concorrentes te ensinem!

O que está acontecendo com as Transportadoras no Brasil?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda 
Há alguns anos atrás, os acionistas do Expresso Mercúrio e do Expresso Araçatuba, duas importantes e bem sucedidas empresas do setor de transporte de cargas optaram por deixar o mercado, repassando suas operações a um grupo multinacional. Ano passado foi a vez do Rapidão Cometa ser adquirido integralmente pela Fedex. Recentemente, outra empresa, tida como referência no setor, o Expresso Jundiaí, também foi vendido para a Femsa Logística, subsidiária da Femsa (engarrafadora Coca-Cola), com sede no México e com atuação em seis países latino-americanos. 
Boatos no mercado citam que outras empresas de porte também estariam em negociações avançadas com empresas nacionais e multinacionais. Verdade ou mentira? Na prática isso não importa. Empresários do setor estão apreensivos com os fatos recentes e questionam as motivações por detrás de tudo isso e os rumos futuros do mercado. 
Na prática existe um pouco de tudo por detrás dessas decisões. 
Existe desapontamento com o mercado? Sim, claro, e muito, principalmente para as Transportadoras estabelecidas há muitos anos no setor, e que vivenciaram tempos áureos nas décadas de 60, 70, 80 e meados de 90. Tempos que não voltarão jamais! 
Existe preocupação com o futuro? Obviamente que sim. Tudo aponta para uma realidade oepracional cada vez mais complexa, no qual ocorrerá uma grande pressão dos custos e uma enorme necessidade de investimentos. E sabemos de antemão que nem toda a parcela adicional de custos conseguirá ser repassada aos Clientes. Isso significará menores margens para as Transportadoras.
Menores margens para um setor extremamente castigado. Sem a rentabilidade adequada, como criar condições para novos investimentos? 
Existem problemas sucessórios? Sim, claro, não que estejam relacionados aos casos citados acima, mas esse foi, no passado, um dos maiores problemas do setor. Ainda é um problema delicado, mas em menor escala. Muitas transportadoras ainda são administradas como empresas familiares, e nem sempre um descendente direto ou indireto do fundador ou dos executivos da empresa reúne as condições técnicas necessárias para exercer a função para o qual foi direcionado. O problema é que os responsáveis pelas das Transportadoras demoram para perceber tudo isso, ou preferem não enxergar. 
Existe a questão de oportunidade? Também. A grande maioria das empresas têm em mente o valor que elas entendem que o seu negócio valha. Se alguém oferecer algo próximo disso, com certeza despertará ainda mais nos acionistas o interesse na venda da empresa. E se as coisas caminharem bem, porque não vender? 
Em resumo, vivemos momentos inesquecíveis no passado, não testemunhamos uma boa situação no presente, e tampouco esperamos um horizonte melhor no futuro. Nessa análise restrospectiva, e projetando o futuro, muitos acionistas "pediram para sair". Nos exemplos citados, "saíram muito bem, obrigado." Saíram na hora certa, segundo o entendimento deles. 
Sair seria a solução? Depende. Ao mesmo tempo que temos gente saindo, bem ou mal, temos gente entrando, também se dando bem ou mal. Alguns enxergam oportunidades no cenário atual e futuro, outros estão realmente desanimados ou foram inteligentes o suficiente para entender o momento certo de parar. 
Se resolver ficar, tenha em mente que o que serviu até aqui poderá não servir mais. Será preciso reavaliar a sua empresa constantemente e redirecioná-la para os novos  desafios do mercado. É como comandar uma embarcação, ora enfrentado mares tranquilos, ora enfrentando tempestades e ondas gigantescas. Está pronto comandante? Está disposto a tudo isso marujo? 
A Tigerlog, através da sua divisão de consultoria Guepardo, disponibiliza serviços de apoio e orientação empresarial a custos realmente competitivos, que poderão auxiliar a sua empresa no correto diagnóstico e tomada de decisão. 
Desenvolvemos um questionário em Excel, com mais de 70 perguntas, que poderão lhe proporcionar uma rápida avaliação do nível de competitividade da sua empresa. Através de um amplo e objetivo questionamento, você poderá identificar a pontuação obtida e ao final, concluir sobre a necessidade de rápidos ajustes ou de mudanças estruturais. 
Essa "ferramenta" é disponibilizada GRATUITAMENTE, apenas para diretores e proprietários das Transportadoras. 
Trata-se de uma ferramenta exclusiva para Transportadoras.

Solicite-a pelo e-mail marcoantonio@guepardologistica.com.br

A sua Transportadora está pronta para os desafios de hoje e de amanhã?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda 
O ano de 2012 ainda é lembrado por muitas empresas, como um ano complicado;
2013 não está sendo diferente, dadas as dificuldades de repassar o aumento dos custos operacionais oriundos do reajuste no preço dos insumos produtivos e do aumento da compelxidade operacional. E 2014 parece indecifrável. O que prever para os próximos anos? 
Não importa o que vem por aí. A sua empresa precisa estar pronta e "blindada" para superar cada novo desafio que encontrar pela frente. A questão primordial é: ela está suficientemente preparada para superar os diferentes tipos de obstáculos que surgirão? 
Dificuldades não faltarão, isso é certo! Problemas internos e externos testarão a sua capacidade de resistência. Turn-over de pessoal, passivos trabalhistas, dificuldades na obtenção de mão de obra qualificada e na retenção de talentos, inflação de salários, pressão por melhores benefícios, clientes intransigentes, prazos alongados de pagamentos, descontos unilaterais nas faturas, compradores de serviços terroristas, etc. 
Pergunto mais uma vez: sua empresa está devidamente estruturada para passar por cima disso tudo como um "rolo compressor"? 
Que medida você utiliza para avaliar se a sua Transportadora vai bem? 
Você acha que o aumento de receita é suficiente para concluir que está tudo bem? Na prática sabemos que não. Falta obviamente considerar a questão da rentabilidade (lucro líquido). Seus custos e depesas encontram-se em patamares adequados ao seu perfil de negócio e à qualidade da sua receita? 
Então, se minhas vendas crescem e ainda lucro com a prestação dos meus serviços, isso significa que está tudo bem? Não, infelizmente não. Isso apenas significa que MOMENTANEAMENTE, as coisas vão bem, mas que futuramente poderão não estar tão bem assim! 
Há, ainda, um terceiro elemento a ser considerado: o fluxo de caixa. Você pode faturar milhões de reais a cada mês, registrar um crescimento de dois dígitos e um lucro mínimo razoável, mas poderá lhe faltar dinheiro em caixa para pagar as contas, e aí você terá que recorrer aos bancos e pagar juros exorbitantes. 
Portanto, se eu resolver o trinômio vendas x lucro x fluxo de caixa, posso dizer que tudo vai bem e que estou realmente capacitado para enfrentar qualquer problema adiante? Em parte sim, mas isso ainda não lhe garantirá sobrevivência e crescimento no médio e longo prazo. 
Mas, por que não? Porque atuamos em um mercado extremamente complexo, com uma das dinâmicas de negócio mais difíceis de serem equacionadas. 
O mercado de prestação de serviços em transportes é extremamente volátil.
Nele, as coisas rapidamente "evaporam". Nada é muito certo. Hoje você pode ter 100 contratos com pelo menos um ano de duração, mas amanhã você poderá perder 10% deles, mesmo prestando um serviço de boa qualidade. E desses 100 contratos atualmente existentes, quantos deles são realmente lucrativos? E quantos permanecerão lucrativos nos próximos anos? 
Além da volatilidade, temos que levar em conta que não é nada fácil administrar um negócio no qual a necessidade de investimentos é muito alta, e constante, e onde você depende (demais) de mão de obra, uma variável cada vez mais difícil de administrar, seja por aspectos comportamentais ou financeiros. 
A verdade é que o seu futuro será resultado daquilo que você decidir e fizer hoje. O que você tem feito, além das atividades rotineiras, para garantir o futuro e a perpetuação da sua empresa? Quais variáveis-chave você tem trabalhado nos últimos meses ou anos para garantir sustentabilidade no futuro? 
Infelizmente, a grande maioria dos executivos das Transportadoras administram suas empresas no jeito Zeca Pagodinho de ser, no estilo "deixa a vida me levar, vida leva eu...". Acreditam que o que deu certo até agora, continuará dando certo no futuro. Será? 
Faça uma análise da sua empresa. Através desse diagnóstico, procure identificar as deficiências existentes e desenvolva ações de curto, médio e longo prazo para saná-las. Não espere o mercado apontar seus erros, isso poderá ser tarde, tarde demais! 
Se não sabe por onde começar, busque auxílio externo, mas não fique parado.

Nesse setor de transportes "precisamos correr muito para permanecermos no mesmo lugar"!

O Efeito Avalanche em Custos

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda 
Quanto mais custos você tiver, provavelmente mais custos você terá. Como numa avalanche, ocorre um efeito acumulativo, e desastroso. Estariam então as empresas condenadas à morte? 
Não, claro que não. A afirmação feita acima é parcialmente verdadeira.
Ocorre na maioria das empresas, mas não em todas. 
Isso se deve a um ciclo vicioso, no qual, diante de custos elevados, as empresas, pressionadas por resultados rápidos, tomam decisões incorretas, muitas vezes sem qualquer embasamento, e que realimentam os custos, mantendo-os elevados, em patamares cada vez maiores e mais difíceis de serem resolvidos. 
 Essa postura equivocada, de rápido (e ineficaz) combate aos custos, muitas vezes baseada em achismos, é muito comum na área de logística. Infelizmente, pela dinâmica proporcionada pela atividade, agimos como "bombeiros", solucionando parcialmente os problemas existentes, sem atuar diretamente na causa-raiz. Acreditamos que a doença foi curada, quando na prática apenas aplicamos um remédio paliativo; não investigamos a fundo a patologia da doença, e sabemos que as complicações retornarão e que a saúde do paciente voltará a ser afetada. 
É essa abordagem, superficial, amadora e muitas vezes mais pirotécnica do que técnica, que provoca o "efeito avalanche" citado inicialmente. Atitudes impensadas e precipitadas apenas tornarão o problema ainda maior, com efeitos devastadores, que deixarão de se limitar ao universo da logística e que se alastrarão por toda a empresa, atingindo a área de vendas, produção, financeira, etc, atraindo os holofotes para as lideranças da área de logística. Se sentindo ainda mais pressionado e estando literalmente na "corda bamba", o gestor da área volta a adotar ações ineficazes no combate aos custos, e sem contar com o apoio de seus superiores, sucumbe diante dos desafios e é engolido pela avalanche de custos, resultado de seguidas amostras de incompetência. 
O Gerente de Logística, muitas vezes solitário em sua tarefa de agir estrategicamente  e taticamente, carrega o pesado fardo de romper com paradigmas enraizados na empresa. Sabe que não pode contar com sua equipe de Coordenadores, Supervisores e Encarregados. Estão todos atolados em rotinas massacrantes. Não têm com quem dividir suas idéias, tampouco suas agruras.
Faltam seres pensantes na logística, e é em função disso que defendo há muito tempo a área de Engenharia Logística e a Controladoria Logística.   
A Engenharia Logística é voltada à melhoria contínua. É ela quem identificará as oportunidades de melhorias, quem utilizará a metodologia correta para a análise e solução de problemas, e quem liderará o desenvolvimento e a implantação das soluções possíveis. À Controladoria Logística caberá a árdua missão de garantir a integridade dos dados, fiscalizar o desempenho da área e de assessorar a gerência na tomada de decisão. A soma das duas áreas é muito, mas muito maior do que dois...na verdade, é dez! O trio formado pelo Gerente, Engenheiro Logístico e Controller atuará de forma a transformar a logística em um importantíssimo diferencial de competitividade.  
Somente assim, atuando de forma inteligente, com foco na melhoria contínua, através da adoção de ações preventivas e da utilização das ferramentas adequadas, é que evitaremos essa avalanche de custos. Somente assim romperemos o ciclo "desastroso" dos custos e evitaremos a derrocada da área de logística. 

Afinal, é muito melhor esquiarmos sobre a densa camada de neve, do que ser engolido pelas avalanches! Correto?

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Por que implantar a função de controller em Logística

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
 Por que ter um controller em logística. É viável contar com um profissional relativamente caro e especializado em controladoria para assessora a área de logística
 Se você tem a pretensão de alcançar um nível de desempenho diferenciado, de estar dentro de um seleto clube de empresas com aprimoramento e práticas em logística, você precisa se estruturar de uma forma adequada. É aí que entra a controladoria na área de logística.
 Em algumas empresas, a logística assume papel de relevância, sendo o segundo custo ou despesa mais importante, estando atrás apenas do custo das mercadorias vendidas CMV.
 Se para o seu negócio a a logística é realmente um importante diferencial de competitividade, a controladoria em logística lhe ajudará a alcançar e manter um alto nível de serviço, dentro dos parâmetros superiores de mercado.
 Infelizmente, a quase totalidade do contingente de funcionários da área de logística está mergulhada em atividades rotineiras, atolada nos problemas do dia-a-dia, trabalhando como verdadeiros bombeiros, apagando intermináveis incêndios. O pior é que muitos colaboradores acabam se acostumando e gostando disso, se auto intitulando salvadores da pátria.
 Solitário e também aprisionado nessa rotina desgastante e muitas vezes emburrecedora, o Gerente de Logística acaba atuando muito pouco no nível tático e estratégico, alimentando ainda mais a rotina dos bombeiros. Como quebrar esse ciclo, antes que ele quebre a empresa.
 O Controller logístico assume uma função de vital importância nas empresas, ao atuar como staff da alta e média direção, junto aos Diretores e Gerentes de Logística ou Supply Chain. Acaba atuando literalmente como um braço de direito dos executivos da área ao assessorá-los em importantes rotinas e decisões.
 Uma importante atividade desenvolvida pelo Controller da Logística, em conjunto com o nível tático e estratégico da área, corresponde à definição dos indicadores de desempenho e metas relacionadas aos custos, nível de serviço e produtividade. Esses indicadores deverão, obrigatoriamente, estar alinhados com as diretrizes estratégicas da empresa; caberá ao Controller da Logística assegurar que isso realmente aconteça.
 Em conjunto com a equipe de coordenação ou supervisão, o Controller de Logística auxiliará no monitoramento dos resultados obtidos e no desenvolvimento das ações para a correção e a prevenção dos desvios verificados em relação às metas previamente estabelecidas. Caberá também ao Controller da Logística garantir a qualidade das informações, o uso das ferramentas da  e a confiabilidade dos indicadores de desempenho gerados.
 Caberá também ao Controller da Logística, se possível em uma dobradinha com a área de Engenharia Logística, o papel de consultor interno, atuando diretamente junto ao Diretor e / ou Gerente de Logística ou Supply Chain como apoio na tomada de decisão. A consultoria interna é uma importante manifestação da inteligência logística da uma empresa, atividade crucial para a inovação, para a correta aplicação dos recursos financeiros, para projetos de apromoramento contínuo, entre outros.

 Portanto, se você tem sonhos ambiciosos e quer se tornar um benchmark em seu mercado, será preciso ter o apoio de alguém totalmente dedicado em garantir os resultados almejados pela sua empresa, o Controller de Logística. Que tal então inovar em 2013/14

Sua empresa está preparada para os difíceis desafios que vem por aí

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
 Independente das questões macroeconômicas e dos rumos almejados pelo setor público, o que vem por aí é realmente preocupante para Operadores Logísticos e Transportadoras. Você já percebeu como está cada vez mais difícil e mais caro conseguer aquele mesmo 1,00  real de faturamento. E quando falamos de rentabilidade ou lucro. Em alguns casos isso parece uma missão impossível
 Não se trata de pessimismo, mas de uma dose reforçada de REALISMO. Os próximos anos serão difíceis e realmente desafiadores para Operadores Logísticos e Transportadoras. E por que
 Vários fatores levarão a um aumento da complexidade na operação logística e que refletirão diretamente no relacionamento comercial entre os Embarcadores e prestadores de serviços e na rotina diária das Transportadoras e Operadores Logísticos.
 Um deles trata do arrefecimento ou perda de entusiasmo no relacionamento entre os Embarcadores e seus parceiros. As relações serão marcadas por menor tolerância, alternância de humor, maior desconfiança, maior impessoalidade e por cobranças permanentes. Se já andava difícil, ficará ainda pior devido ao aumento dos custos operacionais, decorrentes dos sucessivos reajustes nos insumos produtivos diesel, pneu, peças de manutenção, entre outos e das maiores dificuldades no planejamento, gestão e operação do dia-a-dia.
 Embarcadores pressionados por menores custos e maiores níveis de serviço, colaborarão para uma relação de alta tensão. Os contratos formais, quando estabelecidos, deverão reforçar ainda mais os aspectos ganha-perde do negócio, a favor do Embarcador obviamente.
 Com custos cada vez maiores, as Transportadoras e Operadores Logísticos precisarão realizar um gigantesco e contínuo esforço na identificação e implantação de oportunidades de melhorias. Não haverá espaço para depois, ou quando der, e tampouco margem para iniciativas na modalidade tentativa e erro. Será praticamente proibido errar.
 Não é exagero; isso será uma questão de sobrevivência. Para manterem-se competitivas no mercado, as Transportadoras e os Operadores Logísticos deverão otimizar seus resultados, extraindo o melhor que puder de sua infraestrutura operacional, processos, sistemas informatizados e pessoal. A questão é: como realizar tudo isso, de forma natural, objetiva e constante.
 Será preciso dotar o pessoal chave da sua empresa de uma visão e conhecimento avançado  dos custos operacionais. Não se tratará apenas de uma melhor base conceitual, mas de sistemas informatizados e de relatórios financeiros que permitam uma maior visibilidade e um mais confiável processo de tomada de decisão. Como evoluir rapidamente de uma empresa paternalista, pessoal, emotiva e intuitiva para um novo modelo, mas racional,  matemático, impessoal e meritocrático.
 Também será necessário realizar uma revolução cultura na empresa, que mexerá com DNA pedominante. Executivos serão cobrados por uma visão mais estratégica e por uma rotina de gestão, e não de execução. Vendedores precisarão ser mais técnicos; será imprescindível reduzir os esforços inúteis de vendas. Operacionais deverão atuar menos como bombeiros, que diariamente apagam incêndios, muitas vezes intermináveis, se posicionando de forma inteligente diante das não conformidades existentes. Profissionais da área Financeira serão cobrados por uma melhor administração do fluxo de caixa e por maiores informações para a tomada de decisão, principalmente aquelas relacionadas à identificação de clientes ou serviços pouco lucrativos. Departamentos de Recursos Humanos deverão atuar na atração e retenção de talentos ao invés de limitarem-se apenas às atividades burocráticas e legais relacionadas à contratação, pagamento e demissão de pessoal. A área de Qualidade deverá servir como suporte essencial para a melhoria contínua e mola propulsora dessa mudança  cultural.
 Estamos falando de uma mudança radical de postura. Comece fazendo um diagnóstico da sua empresa, para identificar as medidas mais importantes e prioritárias para a sua empresa. Na sequência, implemente as mudanças necessárias, de forma avassaladora e irreversível. Se demorar ou se vacilar, poderá não dar mais tempo. Neste momento, o relógio não trabalha a nosso favor.
 Mais do que simplesmente endurecer sem perder a ternura, estamos tratando de um rápido e necessário amadurecimento das empresas. Amadurecimento que precisará ocorrer de forma rápida e consistente. Erros poderão se fatais. Sua empresa está realmente pronta para os difíceis desafios que vem por aí.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Treinamento - Uma situação INSUSTENTÁVEL se aproxima o que fazer

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

 Devido à escalada do dólar, um novo aumento da gasolina e do óleo diesel é tido como certo, ainda para este ano. Não se sabe quando e nem quanto. Tudo vai depender da evolução de alguns indicadores macroeconômicos nível de desemprego, inflação e câmbio principalmente e políticos ao longo das próximas semanas. Não podemos esquecer que 2014 é ano de eleição, e aumentar os combustíveis em ano de sucessão presidencial não costuma ser um bom negócio.
 A Petrobrás adquire combustível em dólar e vende em reais no Brasil. A situação de caixa, que já não era confortável, agravou-se com a desvalorização cambial verificada neste ano, de aproximadamente 20 por cento. Nos cálculos internos da estatal, a defasagem entre os preços internacionais e nacionais chegou a 30 por cento na semana passada, após o dólar superar a marca de 2,40 reais.
 A defasagem é muito grande, e seguramente o Governo Federal não autorizará que a diferença seja zerada de uma única vez, em função da repercussão junto à opinião pública. O mais provável é que os aumentos ocorram de forma escalonada, em parcelas ao redor de 5 por cento, uma ainda este ano, e outra no início de 2014, próximo ao Carnaval.
 Esse novo aumento dos combustíveis tornará ainda mais difícil a relação entre Transportadoras e Embarcadores. Não importa o lado em que você estiver, pois as dificuldades serão gigantescas para todos.
 As Transportadoras vem, ao longo dos últimos anos, absorvendo grande parte dos custos adicionais gerados. A absorção, infelizmente, não vem ocorrendo por um ganho de produtividade, mas é decorrente da perda de margem de lucratividade, que por sua vez limita a capacidade de investimento das empresas, crucial no setor de transportes.
 Diversos fatores têm pressionado os custos operacionais como a lei 12.619 que disciplina e limita a jornada dos motoristas, restrições à operação nas grandes e médias cidades, problemas na infraestrutura, baixa mobilidade urbana, falta de motoristas, entre outros.
 Por parte dos acionistas e executivos dessas empresas existe um desgosto muito grande, e até entre os empresários mais entusiastas e verdadeiramente apaixonados pelo negócio, existe um consenso de que do jeito que está, não dá mais. Muitos, se pudessem, já teriam vendido as suas empresas.
 Do outro lado estão os Embarcadores, pressionados por resultados, numa equação cada vez mais difícil de resolver que envolvem os custos e o nível de serviço. Os gerentes de logística e os diretores de supply chain nunca estiveram tão inseguros como estão agora. Lutam para atingir os níveis mais altos e quando chegam lá, são vítimas da impaciência e da intolerância de seus pares e superiores. Tudo disso, de uma certa forma é repassado, direta ou indiretamente, para os parceiros logísticos.
 2012 foi complicado. 2013 está sendo difícil. 2014 será ainda mais complexo.  Interesses e expectativas de caráter antagônico se chocarão, cada vez com mais intensidade. Um lado deseja e precisa ampliar a rentabilidade, e para isso reajustará os fretes e procurará tornar o seu negócio lucrativo, custe o que custar. O outro, brigará para resolver o binômio custos versus nível de serviço e utilizará todas as suas artimanhas e ferramentas para impedir ou minimizar o aumento dos custos logísticos.

 Nesse cenário, extremamente preocupante, não existirão ganhadores. Infelizmente, todos perderão. Como se livrar disso tudo.
Primeiro, vamos deixar de lado o blá blá blá. Aprofunde-se nos seus números e identifique os problemas existentes e as oportunidades de melhorias possíveis. Torne-se um especialista em custos, esteja do lado que você estiver.
 Aprofunde-se também na questão da produtividade. Precisamos fazer mais com menos. Não é fácil, mas também não é difícil.
 Tome decisões com base em informações. Desenvolva a interface entre os sistemas de cada lado e estimule a troca eletrônica de dados.
 Adote uma postura colaborativa e desenvolva ações de melhoria que envolvam as Transportadoras e os Embarcadores. Desenvolva relações de longo prazo. Tenha planos para hoje, para amanhã e para depois de amanhã.
 Apure os resultados obtidos, portanto, é fundamental utilizar indicadores de desempenho. Meça e monitore a performance de cada parte. Trabalhe de forma positiva, não mensure para punir, mas para aprender, corrigir, melhorar e evoluir.
 E procure dialogar. Reúnam-se sistematicamente. Trabalhar de forma positiva é a solução.
Boa sorte a todos.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O que falta para o Brasil equilibrar sua matriz de transporte

 Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Desde e década de 60 o Brasil vem optando pelo modal rodoviário, impulsionado pelos investimentos do setor público e pela incapacidade dos demais modais em atender às demandas dos Embarcadores. Atualmente o modal rodoviário representa ao redor de 60% do total de TKU (Toneladas por Quilômetro Útil) transportadas, enquanto que o modal ferroviário e aquaviário, juntos, não chegam a responder por 35% do total de TKUs transportados No Estado de São Paulo, a concentração do transporte de cargas no modal rodoviário é ainda maior, e representa 93% do total de TKUs.

Nos 27 países que compõem o Mercado Comum Europeu, há também um predomínio do modal rodoviário, que responde por 76,4% do total de TKUs, enquanto que as ferrovias e as aquavias representam 17,1% e 6,5% respectivamente. Em alguns países europeus a predominância do transporte de cargas através de caminhões é assustadora; é o caso do Chipre (100%), Islândia (100%), Irlanda (99,2%), Grécia (98,0%), Espanha (95,8%), Turquia (94,9%), Portugal (93,9%), Luxemburgo (93,5%) e Itália (90,4%).

Somos, porém,  um país de dimensões realmente continentais. Aqui caberiam 16 países como a França, 17 como a Espanha, 24 como a Alemanha, 28 como a Itália, 35 como o Reino Unido,  65 como a Grécia, 93 como Portugal, 207 como a Suíça e 284 como a Bélgica.

Comparando o Brasil com outras nações tão extensas territorialmente, como Estados Unidos, Canadá, Austrália, China e Rússia, identificamos nesses países a existência de políticas governamentais e ações do setor privado buscando um maior equilíbrio entre os modais. Nos Estados Unidos, por exemplo, considerando apenas os três modais principais, as rodovias respondem por 32% do total de TKU transportadas,enquanto que as ferrovias e as aquavias abocanham 43% e 25% do total de TKU respectivamente. No Canadá o modal ferroviário responde por 46% do total de TKU, enquanto que na Rússia representa 81% e na Austrália 43%.

Por aqui, ainda continuamos muito distantes de uma política clara de valorização e desenvolvimento dos outros modais. Nos últimos anos avançamos muito pouco na redução da dependência do modal rodoviário, o que compromete a competitividade brasileira na exportação de produtos de baixo valor agregado, do qual somos extremamente dependentes, como minério de ferro, soja, açúcar, etc.

Felizmente, fomos abençoados por Deus, e dispomos de um litoral maravilhoso, que se estende desde o cabo Orange até o arroio Chuí, numa extensão de 7.408 km, que aumenta para 9.198 km se consideramos as saliências e as reentrâncias do litoral, no qual contamos, atualmente, com mais de 30 portos em operação.

Mesmo com tantas benesses naturais, ao olhar para frente, entretanto, não enxergamos perspectivas tão otimistas.

A cabotagem tem evoluído de maneira satisfatória, mas mesmo assim, aquém das expectativas do mercado, quando tratamos das tarifas e do nível de serviço. Os custos, que deveriam ser 30% a 40% inferiores ao do modal rodoviário, encontram-se em patamares muito próximos ao dos caminhões, quando consideramos o trecho total. A nova lei que trata da jornada de trabalho dos motoristas, limitando-a a no máximo 10 horas por dia, tende a transferir uma parcela razoável da carga hoje transportada no modal rodoviário para a cabotagem. Mas se isso ocorrer, teremos linhas suficientes cobrindo as longas distâncias?  Os portos atuarão de forma eficiente, minimizando o tempo de retenção das embarcações? Os tempos em trânsito serão realmente competitivos? O volume será suficiente para gerar reduções de custos com ganhos oriundos da economia de escala?

Contamos com 42.000 km de hidrovias, porém utilizamos ao redor de 30% disso para o transporte de cargas. Vários fatores contribuem para o baixo desenvolvimento desse modal, como a falta de investimentos do setor público, restrições ambientais, obras dificultando a passagem das embarcações (pontes por exemplo), inexistência de eclusas para transpor os obstáculos criados pelas usinas hidrelétricas, etc.

Desde a sua privatização em 1.996 o modal ferroviário vem recebendo investimentos das concessionárias, que ao longo desses 16 anos contribuíram com  cerca de 33,5 bilhões de reais, correspondente a 95% do total investido no setor, ou seja, a parcela que coube ao setor público foi de apenas 5%. Os investimentos das concessionárias tem se restringido à recuperação da malha existente e na ampliação da capacidade de produção com a aquisição de locomotivas e vagões. As concessionárias preveem investir mais 16 bilhões de reais até 2015.  Esses investimentos são importantes para o setor obviamente, mas não é suficiente para resolver os principais entraves do modal ferroviário, como a falta de uniformização das bitolas, a invasão das faixas de domínio, a baixa velocidade de circulação das composições, as passagens de nível, etc.

A malha ferroviária encontra-se estacionada em 30.000 km desde a década de 60. A ampliação é cara e demorada, e depende do setor público e da iniciativa privada. O Projeto da Ferrovia Transnordestina, colocado em pauta pelo Governo de Pernambuco em meados da década de 80, que pelo projeto atual passará pelos Estados de Pernambuco, Piauí e Ceará e atingirá dois portos, em Suape (PE) e Pecém (CE), está prestes a comemorar 30 anos e até agora pouco foi feito. A conclusão está prevista para 2016, e o valor do projeto, inicialmente estimado em 4,5 bilhões de reais, saltou para 7,5 bilhões de reais!

A malha ferroviária precisaria ser, no mínimo, dobrada nos próximos anos para dar conta da movimentação de materiais como minério de ferro, carvão mineral, soja, milho, etc. Isso deverá representar um investimento de 50 a 70 bilhões de reais!

Na carga aérea vivemos um cenário inusitado. Dispomos de pouquíssimas opções de empresas brasileiras exclusivamente dedicadas ao transporte de cargas e dependemos do espaço existente nos porões dos aviões de passageiros da TAM, GOL, Avianca e Azul/Trip. A maior empresa do setor, a Varig Log, simplesmente deixou de existir, mesmo contando com praticamente nenhum concorrente no mercado.

Não faltam boas ideias, projetos e recursos financeiros. Além da questão crônica do combate à corrupção e desvio de recursos, falta capacidade de planejamento, gestão e execução dos órgãos públicos diretamente envolvidos com o setor de transportes como as agências ANTT, ANTAQ, ANTF, Ministério dos Transportes, DNIT, DER e EBPL (recentemente criada pelo Governo Federal). Falta também uma integração e um consenso entre esse órgãos públicos e os sindicatos de transporte e as mais importantes federações da indústria e comércio do país. E falta uma participação mais ativa dos especialistas em transportes, procurando reduzir a conotação política e eleitoreira atribuída ao tema em todo o país.


As eleições se aproximam e o assunto voltará à pauta dos candidatos, servindo como plataforma para a (re) eleição de muitos deles. Novas promessas serão feitas, novas cifras serão requisitadas e novos PACs serão criados. Será que desta vez vai? Já passou da hora de ir. Muitas obras serão realizadas com atrasos de 10, 20 e até 30 anos. Os gargalos da infraestrutura estão cada vez mais aparentes e seus resultados são cada vez mais perceptíveis e impactantes em toda a população e setores da economia. Na terceira semana de julho deste ano, em pleno período de férias escolares, a cidade de São Paulo atingiu um novo recorde de congestionamento, de 300 km. Outras cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Vitória e Florianópolis sofrem com o mesmo problema de mobilidade urbana. Até quando esperaremos?