Artigo escrito por
Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda
De acordo com a lei, o motorista empregado
deverá ter repouso de 11 horas a cada 24 horas, refeição de uma hora, jornada
de trabalho de 8 horas, limite de até 2 horas extras/dia e repouso semanal de
35 horas. Nas viagens de longa distância, que segundo a lei são aquelas com
duração superior a 24 horas, deve-se cumprir de forma complementar um intervalo
para descanso de 30 minutos a cada 4 horas de direção e repouso semanal de 36
horas para as viagens com duração de mais de 1 semana.
Com as limitações impostas pela nova lei, haverá um forte impacto sobre a
produtividade operacional, acarretando na redução do número de viagens, em uma
maior necessidade de veículos, na contratação de mais profissionais,
especialmente de motoristas, em maiores controles operacionais, reforço das
competências da área de Recursos Humanos, maior apoio jurídico, etc.
A verdade é que existe um grande defasagem no frete, fruto principalmente
do aumento de cerca de 500% no diesel ocorrido nos últimos 16 anos. Outros
fatores também contribuíram para o acúmulo dessas diferenças como o aumento das
despesas operacionais, salário dos motoristas, peças de manutenção, pneus,
pedágios, etc. Muitas Transportadoras aproveitaram esse momento para recuperar
parte das perdas passadas.
Na prática, o principal efeito da nova lei está na necessidade de
redimensionar a quantidade de motoristas para manter os prazos de entrega,
principalmente nas viagens de média e longa distância, já que agora existe uma
limitação da jornada de trabalho.
Novas contratações serão necessárias, porém, atualmente já vivenciamos um
grande déficit de motoristas, estimado em cerca de 120 mil profissionais. Com a
nova lei, em vigor desde 17/06/2012, teremos um grande aumento na demanda por
motoristas, o que levará, fatalmente, à valorização desses profissionais.
É difícil calcular exatamente a porcentagem do reajuste de frete, pois cada caso
deverá ser tratado de forma particular. Embarcadores e Transportadoras deverão
reavaliar seus custos de forma transparente, linha a linha, conta a conta.
Dependendo da quilometragem rodada por mês, um determinado item de custo (como
motorista ou diesel) poderá aumentar ou diminuir a sua participação sobre os
custos totais.
Rever custos, infelizmente, não é uma tarefa fácil, já que poucos
profissionais dominam o tema em profundidade.
E para 2013 o Governo sinaliza um reajuste do diesel em até 15%, portanto,
prepare-se para novas rodadas de negociação.
Para atuar na área de Logística, especialmente no setor de transportes,
será necessário se tornar um especialista em custos, pois daqui para frente,
essa será uma competência ESSENCIAL dos profissionais, seja do lado da
Transportadora, seja do lado do Embarcador!
Bom trabalho!
Neste sábado a Tigerlog realizará em São Paulo o curso
CUSTEIO DA CARGA
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Agende-se, ainda dá tempo. Curso CONFIRMADO. Restam
poucas vagas!
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