sexta-feira, 29 de junho de 2012

Artigo: O Perigoso Enfraquecimento do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) no Brasil



Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda.

O transporte tem como finalidade primária equalizar o diferencial espacial e econômico entre oferta e demanda, ou seja, tem como missão principal aproximar mercados.

Sem um transporte adequado, empresas e nações perdem competitividade, comprometendo a viabilidade econômico-financeira de seus produtos e serviços.

Embora o Brasil apresente dimensões continentais que justificassem a utilização do modal ferroviário e aquaviário em larga escala principalmente nas médias e longas distâncias, somos um país com predomínio de transporte rodoviário de cargas, muito em função da priorização dos investimentos realizados pelo setor público nas últimas décadas, mas também por outros fatores como a falta de regulamentação do setor, excesso de oferta e pela incapacidade dos outros modais de realizar um bom atendimento aos Clientes.

Por que falar então em enfraquecimento do TRC se o modal rodoviário responde por aproximadamente 65% do total movimentado no Brasil?

Vários são os fatores que estão levando à "perigosa" deterioração do setor de transporte rodoviário de cargas no Brasil.

Um deles é a total ausência do poder público no desenvolvimento e atualização da infraestrutura de transporte. Na última década foi investido uma média de (apenas) 0,20% do PIB ao ano, enquanto que outros países em desenvolvimento direcionam cifras equivalentes a 5% a 10% do PIB a cada ano. Não precisaríamos de uma Copa do Mundo ou Olimpíadas para justificar tais investimentos; isso deveria ser um "dever de casa" dos órgãos públicos, para garantir a expansão econômica do país, alicerçada em custos competitivos, alta produtividade e serviços diferenciados. E não faltam recursos para tal; apenas a CIDE (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) arrecadou mais de R$ 70 bilhões entre 2002 e 2011, porém menos de 25% disso foi efetivamente investido na infraestrutura de transportes.

As condições precárias das estradas brasileiras afetam diretamente os custos e o nível do serviço prestado pelo setor de transportes. Pesquisa da CNT aponta que estradas em estado de conservação ruim geram um acréscimo de mais de 65% nos custos operacionais; se péssimo, vai a mais de 91%! Enquanto que a UPS, a DHL e a Fedex entregam mercadorias em até 48 horas em mais de 200 países do mundo a partir dos Estados Unidos e da Europa, no Brasil precisamos do mesmo prazo para entregar de uma cidade a outra, dentro de um raio de 500 km.

A falta de regulamentação do mercado de transportes também afeta o nível de competitividade do setor, pois leva ao "nivelamento" das empresas por baixo. Mesmo com a nova lei que trata da jornada de trabalho do motorista profissional (lei 12.619), ainda faltam eficientes mecanismos de controle para viabilizar uma evolução qualitativa do setor. A verdade é que existem poucas barreiras para novos entrantes no mercado, mas muitas barreiras para a saída. Com a grande quantidade de empresas no mercado, a maioria de micro e pequeno porte, reduzimos o poder de barganha das Transportadoras ao negociar com seus Clientes.

Também não contamos com uma política pública para a administração da idade da frota dos veículos de carga no Brasil, que hoje é superior a 16 anos, enquanto que especialistas do mundo todo pregam valores próximos a 8 anos.

A dinâmica do mercado e do relacionamento entre Embarcadores (tomadores de frete) e Transportadoras também preocupa. As relações ganha-perde, quase que sempre a favor do contratante do serviço, acarretam em desvantagens financeiras para as Transportadoras. A verdade é que a maioria delas sequer tem condições de custear os serviços prestados e acabam utilizando "parâmetros" de mercado para estabelecer a sua política de preços. É muito comum as Transportadoras aplicarem descontos irracionais sobre as tabelas de fretes praticadas por seus concorrentes, sem qualquer análise prévia. Muitos compradores de fretes, adotando posturas "terroristas", aproveitam-se dessa situação para ganhar (ou melhor seria tripudiar?); essa atitude, unilateral e egoísta, aliada à falta de preparo do lado oposto, contribui de forma decisiva para a involução do mercado.

Por fim, temos a questão da produtividade operacional. Os altos tempos de carga e descarga, aliados às intermináveis (e caras) esperas derrubam o nível de aproveitamento dos ativos operacionais. Embora os custos fixos estejam "instalados", as receitas geradas por cada veículo individualmente são cada vez menores. Perigosa combinação, não?

Perigoso também é o roubo de cargas no Brasil, que vem aumentando ano a ano, levando as Transportadoras a terem que adotar Programas de Gestão de Risco (PGR) cada vez mais sofisticados e caros. E quem paga essa conta? Parte dela é remunerada pelos Embarcadores através do % GRIS, mas parte não,  sendo absorvida pelo próprio Transportador.

Como quebrar esse ciclo vicioso que colabora diretamente para a comoditização do mercado? Como reverter o efeito nocivo que corrói a rentabilidade do setor de transportes, que necessita obrigatoriamente de retorno financeiro para o contínuo reinvestimento em frota, terminais, tecnologia, capacitação e retenção de pessoal, etc.? Se não quebramos esse ciclo, ele se encarregará de quebrar as Transportadoras.

Esse processo, lento e silencioso, está contribuindo para a destruição de uma atividade econômica altamente estratégica para o Brasil. Sem uma indústria forte no setor de transportes, o frete encarecerá as mercadorias de forma a tornar inviável a atuação do Brasil no mercado internacional, principalmente na exportação de commodities.

Já faltam motoristas. Em breve também faltarão empresários interessados em investir no setor. Será que inventarão o teletransporte a tempo de evitarmos as graves consequências de um setor falido e incapacitado para prestar um serviço adequado?

Segue nossa programação de treinamentos para o mês de Julho e Agosto/2012
  • 14/07 Excelência na Gestão de Almoxarifados, das 8h as 17h, local Mercure Privilege São Paulo - SP, Investimento 600,00;
  • 02/08 Lean Logistics Six Sgima aplicado a Armazéns, das 8h as 17 h, local Novotel Ibirapuera, São Paulo - SP, Investimento 600,00;
  • 06 e 07/08 Gestão das Empresas de Transporte de Cargas, das 8h as 20h, local Novotel Ibirapuera, São Paulo - SP, Investimento 1.500,00;
  • 13 e 14/08 Excelência na Gestão Financeira  das Empresas de Logística e Transportes, das 8h as 20h, local Mercure Privilege, São Paulo SP, Investimento 1.500,00;
Nova turma para o treinamento Formação de Engenheiros Logísticos de 26 a 29/11. Inscrições abertas.

Maiores informações acesse www.tigerlog.com.br em Agenda de Treinamentos ou através do e-mail treinamento@tigerlog.com.br 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

10 Importantes Ações para Implantar em seu Almoxarifado



Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Além de pequenas melhorias no dia-a-dia, aquelas para minimizar os costumeiros "incêndios", o que você tem feito de realmente importante  pelo seu Almoxarifado?

Quando foi a última vez em que seu Almoxarifado recebeu investimentos verdadeiramente consistentes e passou por um processo de modernização e atualização das práticas gerenciais, dos sistemas de informação e da infraestrutura?

Os almoxarifados são vitais para qualquer empresa, seja no ramo industrial ou no setor de serviço. Colocado em segundo ou terceiro plano pela relevância da área produtiva e pelo aumento da complexidade das operações de armazenagem e distribuição de produtos acabados, o Almoxarifado raramente é lembrado ao se discutir o planejamento estratégico da empresa e os investimentos decorrentes.

Abaixo relaciono DEZ importantes ações que devem ser implantadas em seu Almoxarifado, e que poderão lhe orientar ao propor projetos de melhoria contínua à sua gerência ou diretoria:

1) Programa 5S. A limpeza e organização do Almoxarifado é fundamental. Sem isso será praticamente impossível contar com um nível de serviço adequado, além de comprometer a produtividade operacional e a qualidade das informações.

2) Cadastro de Materiais. O saneamento e a organização do cadastro de materiais é outro ponto crucial para uma melhor gestão do Almoxarifado, não apenas pelo aspecto físico, mas também administrativo, facilitando a solicitação por parte dos usuários e a aquisição pelos compradores.

3) Padrão Descritivo dos Materiais (PDM). Paralelo ao saneamento e organização do cadastro de materiais, desenvolva e implante um Padrão Descritivo Técnico. Ele serve para a identificação e classificação inequívoca, isto é, precisa, unificada e uniformizada, dos materiais sob o domínio do Almoxarifado.

4) Parâmetros de Compras e Estocagem.Revise, a princípio para os principais itens, os parâmetros básicos para compras e gestão de estoques. Verifique, por exemplo, o estoque mínimo e máximo, lotes econômicos de compras, múltiplos de transportes, Fornecedores homologados, etc.

5) Materiais Obsoletos. Identifique materiais sem movimentação há mais de 2 ou 3 anos e elabore uma lista. Avalie um a um, em termos de aplicabilidade à operação atual e elimine os materiais obsoletos. Além de facilitar o controle dos estoques, isso permitirá a abertura de novos espaços para o acondicionamento de materiais.

6) Processos de Recebimento, Conferência e Endereçamento. Reavalie seus processos de recebimento, conferência e endereçamento dos materiais. Faça-o sob a ótica de valor agregado. Comece mapeando os processos atuais; identifique as lacunas e redundâncias existentes, e em seguida, com a participação da equipe, promova a discussão das melhorias possíveis.

7) Inventário Rotativo. Implante um programa de inventário cíclico ou rotativo; não dependa exclusivamente do inventário geral. Conte os itens conforme a curva ABC (ou outro critério), identifique as diferenças, investigue as causas e desenvolva respostas rápidas para a melhoria contínua. Em menos de 6 meses você enxergará melhorias de até 5% nos seus indicadores de acuracidade.

8) Capacitação da Equipe. Quando você treinou a sua equipe de almoxarifado pela última vez? Quanto você tem investido na reciclagem e capacitação da sua equipe? Permita que seu pessoal participe de cursos abertos, motivando a interação com outras pessoas e empresas. Essa troca de ideias "oxigena" a mente, e serve de combustível para a melhoria contínua.

9) Indicadores de Desempenho. Tenha indicadores de desempenho em seu Almoxarifado. Meça nível de serviço, produtividade e custos. Defina metas e monitore os resultados obtidos. Aplique as ferramentas da qualidade total para a melhoria contínua na operação.

10) Sistema WMS. Ter um sistema WMS - Warehouse Management System deixou de ser um luxo e agora é uma necessidade. Através da informatização, diversos benefícios qualitativos e quantitativos poderão ser obtidos. Não pense apenas no investimento, mas reflita também sobre os ganhos possíveis.

Invista tempo e dinheiro nas ações anteriormente citadas. Se nada for feito no curto e médio prazo, o seu Almoxarifado passará a ser um importante “gargalo” operacional na sua empresa, podendo comprometer o funcionamento de todas as demais funções primárias da organização.

Reavalie a postura da sua empresa, considere o Almoxarifado em seu Plano Diretor e evite que uma importante área dela possa afetar a competitividade do seu negócio! Bom trabalho!

Treinamento: Excelência na Gestão de Almoxarifados, 14/07 das 8h as 17h, Local Merecure Privilege Av Macuco, 579 Moema - São Paulo - SP Investimento 600,00.
Maiores informações acessem www.tigerlog.com.br/curso.asp ou no e-mail treinamento@tigerlog.com.br 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Por que uma Transportadora quebra?



Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda


Afinal, o que leva uma Transportadora a quebrar?

Por que, depois de tantos anos de atuação no mercado, após registrar um crescimento contínuo, ano após ano, uma Transportadora desaparece?

Qual o motivo de um modelo bem sucedido de gestão tornar-se uma grande dor de cabeça, e levar uma Transportadora a um difícil quebra-cabeça

Verdadeiros ícones do setor sucumbiram diante dos inúmeros obstáculos ao qual foram submetidas. Você se lembra de empresas como Etsul, ITD, Dom Vital, Itapemirim, Rápido Paulista, Tresmaiense, Rebesquini, Rodoviário Michelon, entre outros
E por que isso ocorreu
Qual a explicação

Estamos em um mercado altamente volátil, onde tudo ocorre muito rapidamente. Empresas vem e vão com tamanha facilidade. Modelos bem sucedidos no passado poderão não ser suficientes para lidar com os desafios futuros.

As principais causas para a mortalidade das empresas de transportes são
- problemas com a sucessão familiar
- falta de planejamento estratégico
- gestão deficiente do negócio
- flutuações causadas pela conjuntura econômica

Problemas com a Sucessão Familiar
Infelizmente sobrenome não basta. É preciso muito mais do que isso; é necessário estar apaixonado pelo que faz e vibrar pela empresa. Também é importante ter uma formação acadêmica a altura dos desafios propostos. E buscar compreender em detalhes o funcionamento da empresa e do mercado, se aprofundando nos diferentes setores do negócio. Portanto, prepare adequadamente os sucessores da sua empresa, oferecendo a ela todos os subsídios necessário para uma formação completa.

Falta de um Planejamento Estratégico
Muitos proprietários de Transportadoras ainda acreditam que o planejamento estratégico engessa a empresa e dificulta a tomada de decisão e a capacidade de adaptar-se às mudanças de mercado. É preciso ter um plano de negócio detalhado, objetivo, com metas estabelecidas no curto, médio e longo prazo, complementado por um orçamento. Sem isso, a empresa fica exposta à sorte, como na música deixa a vida me levar, vida leva eu. Se você não tem um caminho a seguir, qualquer um servirá. Busque a ajuda externa de um especialista de mercado e em conjunto com ele, desenvolva cenários futuros para a sua empresa e se aprofunde nas ações-chave necessárias para alcançar os objetivos propostos.

Gestão Deficiente do Negócio
Isso envolve diversos fatores, e começa pela contratação de amigos e parentes, que normalmente não atendem aos pré-requisitos para cada cargo/função. Geralmente, essa turma cria uma hierarquia de poder paralela, comprometendo a atuação dos gestores da Transportadora, já que acessam diretamente os proprietários da empresa, desrespeitando o organograma existente. Além disso, alimentam a rede de boatos e fofocas na empresa, manipulando os fatos a seu favor.

Também envolve a questão da falta de dados confiáveis para a tomada de decisão na empresa. Muitas vezes os demonstrativos financeiros são gerados com grandes atrasos e os números não são coerentes com a realidade, servindo apenas para a apuração dos impostos. Sem dados e fatos ficamos à mercê do achismo, da tentativa e erro, e dos profetas apocalípticos, que servem como conselheiros dos executivos durante os altos e baixos da empresa. É preciso ter um controle detalhado das receitas, custos e despesas, bem como um monitoramente eficiente das variações nas contas mais relevantes.

A existência de uma cultura de gestão através de indicadores de desempenho é fator primordial. Como avaliar as pessoas, departamentos, Filiais, unidades de negócio, sem a adoção de critérios objetivos

Como trabalhar sem metas perfeitamente alinhadas com o plano estratégico da empresa

Muitas empresas comportam-se como ilhas, onde tudo ali não dá. Em centenas de empresas constatamos que é possível, mas ali, nunca nada dá. É como um terreno árido, infértil, onde a vida criativa e inteligente não encontra espaço para se desenvolver. Essa ilha acaba sendo povoada por verdadeiros vampiros sanguessugas e zumbis, que se conformam com o status quo e que afastam os profissionais competentes e capazes, que correm dali por temerem o emburrecimento.

Muitas vezes os proprietários da empresa e até alguns executivos acham que sabem tudo e que não precisam de ajuda externa ou dos próprios funcionários, clientes e fornecedores.Temem críticas e mudanças, e quando despertam para a verdade dos fatos, normalmente já é muito tarde.

A falta de uma visão de gestão do capital humano é outro fator que alimenta a derrocada das empresas. Muitos empresários não hesitam em gastar 500 mil em um novo caminhão, mas reclamam em investir 500,00 em um curso para a capacitação de seu funcionário.

Outras empresas crescem de forma exagerada. Não se preparam adequadamente e quando percebem, os problemas se tornaram grandes e caros demais para serem solucionados.

A falta de disposição para a mudança e a passividade diante dos problemas contribuem definitivamente para enterrar o negócio. Não tomar as decisões no momento em que é preciso, principalmente quando envolvem demissões, mudanças de procedimentos-chave, aumento de atividades e controles, suspensão de operações, aumento no investimento, entre outras, poderá ser fatal para a sua empresa. Prorrogar a decisão só aumenta o tamanho das mudanças e dos efeitos perversos sobre o seu negócio.

Flutuações Causadas pela Conjuntura Econômica
A mudança é a única certeza que teremos daqui para frente. Crises representarão importantes oportunidades para a análise e redirecionamento da sua empresa. Se a sua Transportadora estiver bem administrada, saberá resistir a qualquer tipo de crise. Tomará as medidas a tempo, sabendo o momento certo de pisar ou aliviar o acelerador. A questão não é se existirá ou não uma próxima crise, mas sim quando ela virá. Esteja SEMPRE pronto.

A TigerLog convida você a participar de nossos treinamentos para o próximo semestre, segue abaixo maiores informações.
  • Gestão das Empresas de Transporte de Cargas Fracionadas – dias 06 e 07/08 – 08h00 – 20h00 – Novotel Ibirapuera – SP Investimento 1.500,00
  • Excelência na Gestão Financeira das Empresas de Logística e Transportes – dias 13 e 14/08 – 08h00 – 20h00 - Mercure Privilege – SP Investimento 1.500,00
  • Formação de Executivos para Empresas de Logística e Transportes – dias 03 a  05/10 – 08h00 – 20h00 – Novotel Ibirapuera SP Investimento 2.000,00

Inscrições e informações acesse nosso website www.tigerlog.com.br ou através do e-mail treinamento@tigerlog.com.br



segunda-feira, 11 de junho de 2012

A Importância da Legislação Tributária nas Operações Logísticas


Artigo escrito por Dirceu Antonio Passos, Consultor Tributário da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
Cada vez mais se faz necessária a correta observância dos procedimentos fiscais atinentes aos negócios da empresa. Isto tanto para se evitar contingências que culminam com pesadas multas, como para se estabelecer a carga tributária adequada e justa às operações praticadas pelas empresas
Mas como manter-se atualizado com as incertezas geradas pelo complexo e burocrático sistema tributário brasileiro que vivemos
Um estudo realizado pelo IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário pelo advento do 23. aniversário da promulgação da Constituição Federal 08/10/2011 revelou o calvário que o empresário brasileiro enfrenta para cumprir com os ditames da lei
Os números deste estudo são assustadores, veja, por exemplo, que no âmbito tributário, nestes 23 anos, ocorreram 15 reformas tributárias, criação de inúmeros tributos Cpmf, Cofins, Cides, Cip, Csll, Pis Importação, Cofins Importação, Iss Importação e a majoração de praticamente todos os tributos
O pior de tudo é saber que boa parte das normas editadas já foi revogada e continuam surtindo seus efeitos por todo o período prescricional, ou seja, por pelo menos mais cinco anos
Nos dias atuais, em que administrar o tempo passou a ser um imperativo, surge um paradigma - Como manter-se atualizado em face da quantidade de regras tributárias editadas a cada dia, gerar vantagens competitivas com as brechas da lei e não perder tempo lendo tantas normas que em poucos dias se tornarão obsoletas
Não temos a fórmula mágica para resolver esta situação, mas dispomos de alguns critérios que se tem mostrado úteis para a árdua tarefa de estudar e aplicar as diversas normas tributárias expedidas a cada dia. Exemplo
1 - O próprio Sistema Tributário Nacional, com seus princípios constitucionais, competências e limitações do poder de tributar, revela, se uma regra é ou não constitucional
2 - Conhecendo a hierarquia das leis é fácil filtrar as normas que efetivamente exigem um tempo para sua análise
3 - Determinados tributos, como o ICMS e o ISS, ainda que de natureza regional Estado ou Município seguem um padrão de abrangência nacional e não podem ser regulamentada diferentemente pelos Estados e Municípios
4 - Ter uma noção dos tributos que gravam cada operação logística compra, venda, armazenagem e transporte também ajuda a entender as mudanças e a economizar tempo. Assim, saber, por exemplo, o que é o fato gerador, base de cálculo, campo de incidência, entre outros, ajuda a entender as concessões de benefícios, aumento e diminuição de alíquotas e as demais exigências impostas ao contribuinte.
Por fim, atualização tributária não é uma tarefa fácil, o profissional de logística que tenha o domínio das regras de interpretação tributária tende a gerar vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes e ao mesmo tempo evitar o pagamento de multas desnecessárias

Participem do treinamento Formação de Analista Fiscal para Operações Logísticas que será realizado no dia 21/06 e obtenham a correta interpretação e aplicação da Legislação tributária brasileira dos principais tributos nas operações logísticas.


Maiores informações através do website www.tigerlog.com.br em Agenda de cursos.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Importantes dicas para manter os estoques sob controle com altos índices de acuracidade



Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
A gestão de estoques é, sem dúvida alguma, uma dos maiores focos de preocupação dos gerentes e analistas de logística. Quando a informação não é confiável, é desencadeado um preocupante e desgastante processo interno, afetando o planejamento de vendas e produção e a relação entre os diversos departamentos envolvidos.

Você não alcançará bons indicadores de acuracidade apenas realizando o inventário físico geral. Indicadores acima de 97 por cento somente serão obtidos com a prática do inventário cíclico ou rotativo.

Abaixo recomendo algumas medidas para manter seus estoques sob controle, que passam necessariamente pelo trinômio pessoas – processos – tecnologia. Não há como obter uma solução efetiva abordando apenas um dos três componentes dessa fórmula de sucesso. É imprescindível trabalhar as três frentes simultaneamente.

Pessoas

Quem é responsável pelo inventário na sua empresa Você conta com uma equipe dedicada para essa finalidade ou utiliza parte do horário de sua equipe operacional - conferentes, operadores de empilhadeira, pickers e auxiliares operacionais para as contagens

Muitos argumentam que ter um efetivo dedicado apenas às contagens representa um custo ou despesa desnecessário. Será Para efeito comparativo não considere apenas a diferença entre o físico e o contábil, mas também o impacto em vendas gerado por pedidos incompletos ou entregas não realizadas, diminuição na receita em função da perda de Clientes, avarias, gastos com re-entregas, indenizações na justiça, penalidades financeiras impostas pelos Clientes, horas paradas na linha produtiva, custos com setups em maquinários e as horas perdidas nas intermináveis reuniões de “caça aos culpados” e na preparação e resposta aos inúmeros e-mails internos.

Por outro lado, é muito difícil manter pessoas exclusivamente dedicadas a contagem motivadas por muito tempo. Trata-se de uma tarefa rotineira e desgastante, devido às interações com outros profissionais e departamentos. Daí a importância de vincular desempenho a premiações em dinheiro. Nesse caso, em particular, os resultados alcançados são excepcionais.

Mulheres praticam melhores contagens do que os homens, dado o seu cuidado e nível de detalhe. O ideal, é claro, não é ter uma equipe apenas de homens ou mulheres, mas uma equipe mista, contrabalançando o que cada um tem de positivo.

Processos

Muitas empresas acreditam ter implantado uma sistemática de inventário rotativo, ao realizar contagens semanais ou mensais, quando na verdade, o inventário rotativo é realizado diariamente, com base em critérios previamente estabelecidos, normalmente em função da classificação do item na curva ABC em função de volume, giro ou popularidade.

Itens A devem ser contados com maior frequência, podendo ser diário, semanal e no mínimo mensal. Itens B podem ser contados de 4 a 12 meses por ano, em frequências que variam desde um mínimo mensal até um máximo trimestral. Os itens C são normalmente contados de 1 a 3 vezes por ano. Dependendo da quantidade, podem ser desdobrados em uma outra classificação, conhecida por D, que representa 40 por cento a 60 por cento dos itens que respondem por apenas 1 por cento a 3 por cento da movimentação total. Esses itens D podem ter uma frequência de contagem anual.

Definida a frequência, outra importante decisão refere-se à forma de contagem normal ou cega A contagem normal é a preferida do pessoal operacional, mas não previne a má fé dos contadores. A contagem cega normalmente não conta com a adesão do pessoal e é mais lenta, portanto, teremos menos itens sendo contados quando comparado com a contagem normal. Ambas tem vantagens e desvantagens, por isso, é importante ter muito claro quando e em qual situação utilizar uma ou a outra.

Para garantir indicadores ainda mais confiáveis, algumas empresas adotam auditorias paralelas, realizando, por exemplo, auditorias de endereços, auditorias de posições vazias, auditorias de materiais devolvidos, entre outros.

Seja qual for a sistemática de contagem adotada, é importante que os processos estejam formalizados e que sejam de conhecimento de todos os integrantes da equipe operacional. Também é importante definir as responsabilidades de cada cargo ou função no processo de inventário.

Também recomendamos que pelo menos três indicadores de desempenho sejam utilizados para a gestão do processo, envolvendo o percentual de boas contagens, as diferenças líquidas ou absolutas em quantidades e as diferenças líquidas ou absolutas em Reais.

Por fim, o processo de inventário rotativo exige a realização de investigações a cada erro encontrado. Sua equipe está capacitada na utilização de ferramentas como PDCA, 5W2H, DMAIC, entre outros

Tecnologia

Sistemas devem ajudar e não atrapalhar. Sistemas devem ser flexíveis para se ajustar à melhor configuração de processos e não ao contrário, não podemos ou devemos adequar os processos a um engessado e complexo sistema. A isso chamamos aderência. Seus sistemas informatizados são aderentes aos processos

Análise cuidadosamente as funcionalidades relacionadas ao processo de gestão do inventário.

Seu sistema gera uma relação diária de itens a serem contatados, levando em consideração a curva ABC

Se por algum motivo o item não foi contado, o sistema informa a pendência existente

O sistema auxilia no cálculo dos indicadores de desempenho relacionados à gestão do inventário ou isso tem que ser realizado paralelamente, em planilhas Excel

Se o item alterar a classificação na curva ABC, isso é atualizado automaticamente ou é preciso alterar o status do item em seus parâmetros gerais

Não percam em Junho nosso próximos treinamentos:


·         16/06 - Como Reduzir Custos com Fretes – Estratégia Ganha Ganha, Novotel Ibirapuera das 8h as 17h Investimento 400,00
·         18/06 – Gestão da Operação de Transportes – PCOT Planejamento e Controle da Operação de Transportes, Mercure Privilege das 8h as 17h Investimento 600,00
·         19/06 – Gestão de Alta Performance em Armazéns, Mercure Privilege das 8h as 17h Investimento 600,00
 
Maiores informações sobre os treinamento acessem www.tigerlog.com.br em Agenda de Treinamento ou no e-mail treinamento@tigerlog.com.br